domingo, 18 de dezembro de 2011

Na cidade Grande (Quênia)


Passo despercebida nas ruas de Nairobi. Não tem ninguém virando a cabeça, me tocando ou nenhuma criança de boca aberta e perdendo as passadas ao ver o primeiro muzungo de sua vida.



Tinha esquecido o quão bom é isso!
Mas ao mesmo tempo entendi as reclamações Wangari Maathai (manda um google na velha por que ela é F-O-D-A). Quênia está sendo “desculturada” (só o Quênia?). As pessoas falam muito inglês e as crianças já não sabem falar a língua de sua família, de seu clã. Elas andam nas ruas como em São Paulo: pessoas bem vestidas, muito apressadas, sérias e sem perceber o mundo ao redor.
A globalisation chegou aqui, galera! E trouxe consigo todos seus benefícios e, claro, malefícios. Trouxe o relógio, o mundo corporativo, marginalização e violência (Nairobi está assustadoramente cheio de violência urbana).
Está para o leste africano assim como os EUA está para a América do Sul (nossa! Fui má com o Quênia agora). Aqui se concentra as sedes das maiores organizações internacionais, programas e embaixadas.
Parece ser uma cidade legal, desenvolvida, bem diferente de Uganda. Há parques, árvores, é relativamente limpa, há regras de trânsito e transporte público, leis sociais como a proibição do fumo e venda de comida nas ruas, grandes prédios, hotéis...
Há muitos imigrantes e refugiados no Quênia e eles têm a sorte de encontrarem aqui um povo muito hospitaleiro e sempre pronto para ajudar. As vezes tenho a impressão de que vão me cobrar pela informação e ajuda, tamanha é a atenção e envolvimento. É possível identificar as diferentes raças, religiões e tribos. Aqui eles são mais claros, tem muito muçulmano, muitos etíopes (ou pelo menos parecem ser) e vários muzungos. Muzungos que parecem moradores do Quênia, empregados permanentes. Em Uganda encontro os branquelinhos de passagem. Aqui, estou acostumada aos indianos, ugandeses (AH) e chineses.
Ah! A comida! Esse paladar cansado de arroz, feijão e batata doce de Uganda, agradece muito a estadia nessa cidade cheia de opções locais, muito boas e de diferentes preços. A alimentação local ugandesa é extremamente ruim. As pessoas comem TODOS os dias as mesmas coisas o que não inclui qualquer vegetal, mas muito óleo, fritura e carboidrato.
Acho que isso é primeira impressão suficiente. Principalmente pra uma pessoa que sofreu com uma ressaca  de botar o estômago pra cantar ciranda cirandinha e uma amidalite que já tá dificultando a alimentação (o fim do mundo pra uma pessoa 6 quilos mais gorda!!)

HAKUNA MATATA (Sem problemas em Swahili – Língua mais falada na África e principal língua no Quênia)



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