As ameaças foram sérias. ONU: estoque comida por uma semana e não saia de casa. Kizza Besigye (adversário derrotado pela terceira vez): Rejeito os resultados dessa eleição fraudulenta e convoco todos às ruas ao estilo egipcio. Povão: Lojas fechadas. Crianças em casa (mentira. é claro que elas continuam na rua brincando).
Nada aconteceu. NADA. Nenhum ato, nenhuma rebelia...NADA.
Todos parecem 'aceitar' uma eleição completamente maluca, onde o escritório do presidente liga pra você (ligou até pra mim) e te convoca a votar nele. Onde 140.000 mil mortos e 500 mil desconhecidos estão completamente aptos à votarem. Onde, na boca da urna, seus votos são 'verificados' e são distribuidos "agrados".
Enfim. NINGUÉM com quem conversei, e isso inclui uma lista de universitários, lixeiros, seguranças, dançarinas..., ninguém votou. A rebelia foi tão frustrante que se quer foi manifestada nas urnas.
A vida parece continuar independentemente de quem está no poder. Ninguém se quer tem uma opinião formada sobre o malucão que tá no poder a 25 anos. E se alguém tem alguma opinião, ela geralmente é: pois é, não podemos fazer nada, nada mudará.
Isso faz com que meu coraçãozinho, lá no fundinho, deixe de sonhar com a mudança e vá viajar pra um lugar paradisíaco e gastar meus dólares como uma boa turista. E foi isso que fiz.
Passei o período de eleições em uma ilha (Ssese Ilands) no lago Victoria (o maior da África e o segundo maior do mundo).
Era macaco pra tudo quanté lado.
7 comentários:
Que bacana seu blog Barbara! Vou começar a acompanhar! bjao
Acho que consigo "compreender" um pouco do motivo que faz ninguém (e digo isso no geral) querer mudar esse panorama africano: o medo. Todas as alterações feitas no país desde a colonização, passando pelas guerras até esse "pano" ditatorial que ainda veste a África, foram feitas de uma forma rude e indelicada que modificou drasticamente a cultura do país.
Talvez seja a cultura um dos principais ítens para compor aquilo que uma nação tem. E isso, a cultura, de certa forma está desgastada...
Estou longe de julgar como é passar por isso, ou como é ser um africano, mas não creio que essa seja uma justificativa a ponto de se dizer "pois é, não podemos fazer nada, nada mudará".
Concordo com você. "Sentar-se e não fazer nada é cooperar com o opressor"... O trauma africano de anos de guerra é extremamente recente e arrisco dizer que, no continente africano, ainda vai levar um tempo para vermos um país longe de transparecer isso...
Mas o que posso dizer para você, Bá, é que isso também me magoa justamente porque também gostaria de ver essa mudança. Justamente porque também é de nosso conhecimento que ajudar a África a resolver um dos seus maiores problemas é confrontar direta ou idiretamente com a própria cultura. E daí o medo.
Segue firme!!!!
Oi Bárbara!
Estou adorando seu blog.
A Marília me passou.
Desejo tudo de bom pra vc aí em Uganda!
Já melhorou da malária?
Se cuide por aí mocinha.
Um grande abraço!
vou pegar um dia desses e ler todos os textos...muito legal
Lembra o que Che vivenciou na Africa?Ele tentou fazer uma revolução,mas se deparou com a indolência dos povos......
Oi querida,è muito triste essa situação de indolência. Curta os momentos e conheça os usos,costumes,tradições e objetivos de um povo que você sempre quis conhecer.Relaxe e cuide de sua saúde.A vovó te ama.
Oi ba e muito triste isso,que bom que nossa familia tem um estrela tão iluminada como vc.amo vc cada dia mais
fica com DEUS
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