domingo, 6 de março de 2011

Faz a Sua que eu Faço a Minha.

Que burros. Como nós, branquinhos, ocidentais, capacitados à salvar a humanidade, não sabemos que é MUITO mais fácil se fizermos a NOSSA?
Umas das minhas maiores dificuldades é pensar, sentir e agir coletivamente. Renegar aquilo que me foi passado desde criança: primeiro você, depois os outros.
As vezes, a impressão que tenho é que todo mundo, todo mundo mesmo, é amigo de infância. No táxi, na loja, na balada, em todo lugar, todos conversam, riem, fazem piadas, compartilham tudo, sem antes ter que enfrentar a fase de "pegar confiança", "pegar intimidade", fazer milhares de perguntas sobre "o que você faz da vida".
Achava que os brasileiros eram super coletivos, afinal a gente senta em uma mesa e divide a mesma garrafa de cerveja!!!! Mas aí resolvi ir tomar cerveja com meus vizinhos e me deparei com isso:



Ah..falando em "pegar confiança", aqui a gente confia em tudo e em todos e é muito difícil "conquistar" inimigos por essas bandas. Acho que já tenho umas 15 "melhores amigas" que vi apenas uma vez na minha vida. Sei, soa estranho. Costumamos achar que melhor amigo é aquele que você conhece a anos, conhece a família, namorado e etc. E sempre desconfiamos daquelas pessoas que chamam todos de "melhores miguxos". São tão infantis...
Aqui todos se chamam de irmãos e irmãs. E por sermos parte da mesma família, nada mais natural do que cuidarmos uns dos outros. Cozinharmos juntos, cuidarmos dos filhos uns dos outros, lavarmos as roupas, a louça, trabalharmos... Tudo junto e muito, MUITO, misturado.
Temos um coração puro, não duvidem disso. Somos amigos. Somos uma família.
Acho que por isso os ocidentais nunca acharão um caminho para a "paz mundial". Afinal, antes de mais nada, eles precisam fazer a deles.
Não pensem que sei algo sobre esse 'caminho'. Se quer estou em busca dele. Não serei tão pretensiosa. Mas talvez serei um pouquinho arrogante em dizer que, pessoalmente, apenas uma singela opinião, vocês são muito individualistas e a África é a única verdadeiramente capacitada à salvar a humanidade.
A não ser que o restante do mundo mude e comece a pensar, sentir e agir coletivamente... Mas aí seria realmente pretensão demais.

2 comentários:

Guilherme Cicerone disse...

Eu queria, ou melhor, eu quero sentir exatamente essa sensação que a coletividade causa nos africanos. Porque aqui no Ocidente... não parece ser tudo isso. Pretensão por pretensão, acredito totalmente nos frutos da coletividade. Ouvimos muito pouco, poucas pessoas, poucos sentimentos... e falamos muito, a muitas pessoas, sobre poucos sentimentos. Como isso pode acontecer? Claro que é mais complicado lidar com diversas opniões e sentimentos... Mas quem disse que o que se procura é o mais simples? O certo é o que tem de ser seguido, e não o mais simples. O coletivo me parece muito mais juto do que o particular, do que o individual.

Uma das fotos mais intensas que já vi.

Leonardo Costa disse...

Parabéns pelo post Bá.
Verdadeira lição!